Operação da Deccor aponta sobrepreço de até 80% para compra de kits de agricultura familiar no valor de R$ 28 milhões
A Polícia Judiciária Civil, através da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), lançou nesta terça-feira (24) a Operação Suserano. O objetivo é investigar um suposto esquema relacionado à execução de emendas parlamentares, que foi reportado pelo Governo de Mato Grosso à Controladoria Geral do Estado.
As investigações da Deccor tiveram origem em um relatório de auditoria da CGE, que revelou um sobrepreço de até 80% em comparação ao valor de mercado para a aquisição de kits de agricultura familiar, totalizando R$ 28 milhões.
Os policiais civis estão cumprindo mais de 50 ordens judiciais, incluindo 11 mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados localizados em Cuiabá, Várzea Grande e Alto Paraguai, visando coletar equipamentos eletrônicos e documentos.
O Poder Judiciário também determinou o sequestro de imóveis e veículos, além do bloqueio de bens e valores que podem chegar a R$ 28 milhões. Os servidores públicos envolvidos foram afastados de suas funções.
Segundo a decisão judicial, todos os envolvidos devem entregar seus passaportes e estão proibidos de se comunicarem entre si, com testemunhas e outros funcionários da secretaria. Eles também não podem acessar as instalações da Pasta. As empresas implicadas estão vetadas de firmar contratos com o Executivo Estadual.
Contextualização
Em julho deste ano, o Governo de Mato Grosso notificou a CGE sobre o suposto esquema, o que levou à abertura das investigações pela Deccor. Naquela ocasião, o então secretário de Agricultura Familiar, Luluca Ribeiro, foi exonerado.
Além dele, foram demitidos o secretário adjunto de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, Clóvis Figueiredo Cardoso; o secretário adjunto de Administração Sistêmica, Talvany Neiverth; a chefe de gabinete Aline Emanuelle Rosendo; e o assessor jurídico Ricardo Antônio de Lamonica Israfel Pereira.