Militares planejaram matar Lula
A operação da PF, batizda de Contragolpe, faz parte do inquérito que investiga a tentativa de golpe e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Foram presos o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. Todos eles do Exército e relacionados com o o grupo de Forças Especiais, os chamados “kids pretos”. Também caiu a casa do policial federal Wladimir Matos Soares.
O general Mario Fernandes, inclusive, chegou a atuar como secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência da República entre outubro de 2020 e janeiro de 2023. Ele também foi assessor do ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, atualmente deputado federal.
Segundo relatório da PF, os criminosos começaram a monitorar os alvos em 12 de novembro de 2022, após o resultado do 2º turno da eleição presidencial. O monitoramento teve início após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Bolsonaro, general Braga Netto (quem diria!).
Plano foi impresso no Palácio do Planalto
O documento também apontou que o “Punhal Verde e Amarelo” foi impresso dentro do Palácio do Planalto. O relatório diz: “…aponta que o documento contendo o planejamento operacional denominado “Punhal verde amarelo” foi impresso pelo investigado MÁRIO FERNANDES no Palácio do Planalto, no dia 09/11/2022, ocasião em que os aparelhos telefônicos dos investigados RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA (JOE) e MAURO CESAR CID estavam conectados a ERBS que cobrem o Palácio do Planalto, e posteriormente levado até o palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, JAIR BOLSONARO”. Mas ele não sabia de nada!
O golpe tinha até data para acontecer, em 15 de dezembro de 2022. com um dos militares presos, a Polícia Federal encontrou um documento que previa a criação de um “gabinete de crise”, chefiado por quem? Augusto Heleno e Braga Netto.
Na data, os golpistas fizeram uma tentativa de sequestrar o ministro Alexandre de Moraes em Brasília, porém, acabaram desistindo da ação, por motivo desconhecido. A PF encontrou uma troca de mensagens pelo Whatsapp:
“Estacionamento da troca da primeira vez”
“Tô na posição” , responde um membro do grupo
“Ok. Qual a conduta?”
“Aguarde”
“Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?”
“Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda…”, diz alguém, que ao que tudo indica, era quem comandava a “operação”.
Por: Leandro Demori / Fotos reprodução