Mato-grossenses condenados pelo STF por participação nos ataques de 8 de janeiro em Brasília estavam com “bolitas, estilingue e facão”
Dois indivíduos de Mato Grosso, André Luiz Vilela e Jairo de Oliveira Costa, foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação nos ataques ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília. Ambos receberam uma sentença de 12 anos de prisão.
De acordo com o portal de notícias Midianews.com, eles também foram condenados a pagar conjuntamente a quantia de R$ 30 milhões como compensação por danos morais coletivos, juntamente com os demais condenados pelos ataques. A sentença foi publicada na semana passada. A maioria dos ministros seguiu o voto do relator, Alexandre de Moraes.
André Vilela foi preso em flagrante nas proximidades da Praça dos Três Poderes no dia do ataque. Ele estava portando três pedaços de madeira, um estilingue e várias bolinhas de gude. Jairo também foi preso no mesmo local, portando um facão, dois estilingues e uma quantidade de esferas de ferro guardadas em uma lata azul.
Ambos foram liberados no final do ano passado, mediante o cumprimento de certas medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
No voto, Moraes mencionou que Jairo confessou sua participação nos ataques em interrogatório policial e em juízo, alegando que estava em Brasília para protestar “contra as leis implantadas em geral, não contra algum governo específico; que gostaria que as leis mudassem e passassem a defender a família e os valores morais, tais como os princípios familiares”.
Segundo o ministro, Jairo também confessou em interrogatório “que a intenção da marcha era seguir até o Palácio do Planalto para exigir a saída do novo governo” e “que ele apenas usaria o estilingue para se defender de eventuais ataques por parte dos esquerdistas”.
“No entanto, os réus admitiram que vieram para se instalar em frente ao QGEx e participaram das manifestações, juntando-se à multidão que chegaria a invadir a Praça dos Três Poderes e os prédios públicos ali localizados no dia 8/1”, diz trecho do voto.